Dólar testa nível de R$ 4,05 após dados dos EUA.

Investidores avaliam relatório de emprego americano e chances de corte no juro dos EUA.

Uma criação de vagas abaixo do esperado nos Estados Unidos reforça as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) volte a cortar juros neste ano, o que faz o dólar se enfraquecer novamente neste pregão. Por volta das 10h50, a moeda americana cedia 0,48%, aos R$ 4,0679, após tocar R$ 4,0590 na mínima. Segundo o Departamento do Trabalho americano, a economia criou 136 mil postos de trabalho em setembro, abaixo da expectativa de 145 mil vagas de alguns economistas. A taxa de desemprego, por outro lado, caiu de 3,7% para 3,5%. O salário médio por hora trabalhada, por sua vez, cresceu 2,9% na base anual, também abaixo dos 3,2% previstos pelos analistas. Já o número de vagas criadas em agosto foi revisado de 130 mil para 168 mil. A desaceleração do ritmo de criação de vagas e do ganho salarial pode colocar pressão sobre o Federal Reserve (Fed, banco central americano) para cortar mais juros nos EUA. Até ontem, as chances implícitas de um corte na próxima reunião estavam em 88,7%, segundo dados do CME Group. O salário médio por hora trabalhada, por sua vez, cresceu 2,9% na base anual, também abaixo da expectativa do mercado de 3,2%. Segundo analistas do ING, a desaceleração tanto do dado de emprego quanto do crescimento dos salários sugere que os fundamentos que dão apoio aos gastos dos consumidores podem não ser tão robustos quanto se pensava. "Com indicadores de confiança empresarial em queda, o argumento para mais estímulos cresce", diz o banco holandês em relatório, acrescentando que, embora a taxa de desemprego tenha recuado o menor patamar em 50 anos, o fato não ajudou o ganho salarial. Em tese, um mercado de trabalho mais aquecido deveria levar a mais pressões salariais.

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