Prévia da confiança da indústria indica salto a máxima desde 2011, diz FGV
A prévia da Sondagem da Indústria de outubro sinaliza salto de 4,0 pontos do Índice de Confiança da Indústria (ICI)
O Copom também deve manter o discurso sobre as incertezas em torno da pandemia de covid-19
Sede do Banco Central, em Brasília / Foto: Shutterstock
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve indicar hoje uma pausa no ciclo de redução da taxa básica de juros, depois de aplicar um novo corte de 0,75 ponto percentual na Selic, para 2,25%. No entanto, para especialistas consultados pelo Valor, o colegiado deve preservar seus graus de flexibilidade na condução da política monetária e apontar que movimentos adicionais não estão descartados, mas dependerão da evolução de inflação e atividade.
Analistas esperam que o Copom eleve a exigência para novos ajustes, mas mantenha a porta entreaberta para quedas adicionais da Selic no futuro, caso haja necessidade de oferecer mais estímulos em um quadro de deterioração ainda maior da economia. Também deve passar pelo debate entre os dirigentes do Copom os limites da política monetária tradicional, ou seja, até que ponto a Selic pode cair sem gerar efeitos contraproducentes, como pressão adicional no câmbio.
Esses são alguns dos principais pontos a serem acompanhados no comunicado do Copom:
Pausa e porta aberta
Depois de indicar em maio que considerava um último ajuste da Selic, em junho, o Copom deve manter o discurso para evitar uma grande mudança em sua comunicação. Na avaliação de analistas, a autoridade deve sinalizar uma pausa no processo para avaliar os esdobramentos do cenário econômico. No entanto, sem cravar um fim definitivo para o processo, dado o ambiente de incertezas.
Debate entre dirigentes
Outro ponto importante é o debate entre os dirigentes a respeito do nível de estímulo necessário no momento. Em maio, o Copom mostrou que dois de seus membros viam como oportuna uma redução mais agressiva da Selic, mas foi preponderante a avaliação de que o espaço remanescente para utilização da política monetária é incerto e pode ser pequeno. Com isso no radar, o mercado deve buscar sinais sobre a continuidade dessa discussão, que poderia reverberar ou não em uma extensão do ciclo de redução da Selic.
Limite para queda da Selic
Uma das questões que perpassa a discussão sobre o tamanho do ciclo é o limite da política monetária, o chamado “effective lower bound” no jargão do mercado. Nas últimas semanas, diretores do BC até comentaram que não há uma visão única no colegiado sobre até que ponto a Selic pode cair sem gerar disfuncionalidades no mercado. Logo, parte dos analistas espera que esse seja um ponto abordado na comunicação do Copom.
Inflação ainda mais baixa
O cenário até aqui tem sido marcado pela inflação cada vez mais baixa, queda da atividade e abertura do hiato do produto, ou seja, a diferença entre o PIB e seu potencial. A estimativa do colegiado para a inflação em 2020 deve recuar de 2,4% para 1,8% no cenário híbrido que inclui taxa de câmbio constante e taxa de juros de acordo com a pesquisa Focus, e de 2,3% para 1,8% no cenário de referência, com taxa de câmbio e juros constantes. Para 2021, o cenário híbrido deve sair de 3,4% a 3,1%, enquanto o cenário de referência deve mudar de 3,2% para 3,0%.
Risco fiscal e reformas
Para analistas, o Copom deve reiterar a importância do processo de reformas e os ajustes estruturais na economia. Em maio, o BC ressaltou que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa estrutural da economia, o que limitaria o afrouxamento monetário no país.
Cenário externo
O Copom também deve manter o discurso sobre as incertezas em torno da pandemia de covid-19. Desta vez, no entanto, é possível que a autoridade indique que houve uma moderação na saída de capitais dos emergentes e na volatilidade nos preços de ativos.
Fonte: Valor Econômico
https://valor.globo.com/financas/noticia/2020/06/17/copom-deve-indicar-pausa-em-reducao-da-selic-mas-sem-cravar-fim-do-ciclo.ghtml
A prévia da Sondagem da Indústria de outubro sinaliza salto de 4,0 pontos do Índice de Confiança da Indústria (ICI)
Pesquisa foi feita pela Fundação Getulio Vargas