Educação financeira. A vida de milhões de brasileiros seria muito diferente se essa simples expressão fizesse parte do cotidiano. Mas é algo tão ausente que se tornou privilégio de poucos.
O planejamento financeiro é cada vez mais relevante e é perceptível a diferença entre aqueles com “paz” no bolso e os que lutam para esticar o salário até o fim do mês.
Muitas pessoas vão adiando seus sonhos, argumentando que nunca vão conseguir sair de onde estão, que a vida é injusta, que não têm sorte, que faltam oportunidades, que ninguém as ajuda, enfim, uma lista enorme de razões para não fazer nada para o próprio futuro.
Todos sabemos que a falta de planejamento financeiro acarretará dificuldades futuras para famílias e empresas. A pandemia de COVID-19 escancarou esse fato, já que alguns setores da economia passaram por muitas dificuldades.
Mas são nos momentos de dificuldade que aparecem as grandes oportunidades de negócios e de crescimento, para uma minoria preparada.
Talvez a medicina seja uma das áreas com maior transformação econômica nos últimos anos, com deterioração progressiva dos honorários, salários e proventos, fruto principalmente da abertura indiscriminada de escolas médicas e do comportamento predatório de grandes operadoras de saúde, especialmente depois da mudança da lei que permitiu investimento estrangeiro nessas empresas que, muito capitalizadas, enxergam o médico como apenas como mão de obra barata. O serviço médico tem virado simplesmente uma commoditie.
Tem sido observado que o perfil dos estudantes universitários e dos novos egressos do ensino superior está mudando. O conflito de gerações (baby-boomers, X, Y e Z), mostra que as gerações mais jovens buscam um equilíbrio maior entre vida profissional e pessoal, possivelmente dedicando menos tempo ao trabalho.
O fato do ensino superior ter virado uma indústria de venda de diplomas, algumas vezes de qualidade duvidosa, encheu o mercado de profissionais em muitas áreas, com capacidades muitas vezes questionáveis.
Com menos tempo dedicado ao trabalho e aumento do número de profissionais, a lei maior do mercado (oferta e procura) certamente vai gerar em um achatamento e diminuição dos rendimentos, gerando um impacto negativo muito grande na construção da segurança financeira.
Nesse cenário e contexto, do ponto de vista econômico-financeiro, vislumbro um futuro muito sombrio para os médicos em geral e para muitas outras profissões. Se uma parcela considerável já enfrenta alguma dificuldade financeira no cenário atual, certamente os desafios irão se acentuar nos próximos anos.
A renda da maioria das pessoas sofre variações durante a vida, assim como as despesas. Um casal jovem sem filhos, uma família com dois filhos pequenos, outra família com dois filhos na universidade ou um casal de idosos têm necessidades financeiras muito diferentes, respectivamente.
A construção de um futuro financeiro seguro depende de sobras no orçamento presente. Essas sobras dependem de disciplina no uso da renda e escolhas acertadas ao longo dos anos. Mas como controlar o que não sabemos muito bem?
Quando uma pessoa ou família tem uma única fonte de renda fica mais fácil, mas quando há várias fontes, exige uma disciplina e organização maiores. Isso vale para as despesas também, pois temos alguns gastos fixos, mas uma parcela considerável são variáveis.
Os melhores clientes das instituições financeiras são os que menos precisam dos seus serviços, pois possuem um comportamento mais previsível. Investem regularmente, só assumem financiamentos que conseguem pagar com tranquilidade, não usam o limite do cheque especial e gastam todos os meses valores no cartão de crédito que oscilam pouco.
Como um dos papéis das cooperativas é realizar atividades que contribuam com a sociedade na qual estão inseridas, acredito ser de grande valia ajudarmos nossos cooperados em um planejamento financeiro sustentável, gerando riqueza para as pessoas e para a sociedade de uma forma geral.
A Saúde financeira da Uniprime está intimamente relacionada à saúde financeira dos cooperados. Quanto melhor todos estiverem, mais negócios serão realizados e a Cooperativa, assim como seus cooperados, terão inúmeros benefícios diretos e indiretos, potencializando os resultados de todos.
Artigo por Dr. Luciano Oltramari Sponchiado
CRM-PR 21.276, Médico Cooperado Uniprime Pioneira, Conselheiro de Administração da Uniprime Pioneira, Conselheiro Fiscal da Uniprime Central, MBA Gestão Empresarial FGV, MBA Gestão de Cooperativas de Crédito USP/ESALQ